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Por que desistir de ser coach
Uma busca pelo propósito...
A descoberta de um propósito

Estava procurando algo na Netflix até que vi um documentário sobre um evento de desenvolvimento pessoal.
Dei o play e em menos de 10 minutos estava encantado.
Pausei, chamei a minha esposa para ela ver o que eu tinha acabado de assistir.
1h30 depois estávamos os dois encantados pelo Tony Robbins.
Naquele momento tive uma certeza, havia descoberto meu propósito.
Queria fazer o mesmo que aquele cara, queria ajudar as pessoas a conquistarem o que tanto desejavam.
Fui pesquisar mais sobre o Tony e descobri que ele era Coach.
“As pessoas superestimam o que podem fazer em um ano, mas subestimam o que podem fazer em uma década.”
Pesquisei sobre a profissão, os cursos e logo me matriculei em uma escola e fui fazer o curso.
Cursos de Coach
Cheguei às 9h e tinha uma café da manhã sendo servido. Fiquei no meu canto comendo, pois, não conhecia ninguém.
Depois entrei na sala e recebi minhas apostilas com mais de 300 páginas cada, fiquei impressionado.
Também me impressionou a quantidade de pessoas na sala, tinham mais de 100 pessoas.
O curso começou e logo o professor de que ao final do dia já faríamos a nossa primeira sessão.
“Como assim, já vamos atender alguém com menos de um dia de conteúdo…”
Depois de muito conteúdo, fomos divididos em duplas e orientados a utilizar uma ferramenta.
Foi incrível, parecia que realmente tínhamos feito nossa primeira sessão.
Fiquei empolgado, imaginando todas as pessoas que conseguiria ajudar quando me formasse.
Ao final dos 4 dias aprendi muito e passei por momentos que me fizeram enxergar a vida por outros ângulos.
A principal lição que ficou é de que bastava aplicar a ferramenta certa para cada pessoa que a magia aconteceria.
“Mas será que era só isso mesmo?”
Minha experiência
Comecei atendendo como Coach algumas amigas e familiares e fiquei animado com as primeiras sessões.
Acreditava de todo coração que poderia fazer a diferença nesse mundo e ajudar as pessoas que amo a terem o que desejam.
Planejava as ferramentas que iria utilizar, escutava com atenção, mas no final da sessão parecia que algo estava faltando.
Não sabia exatamente o motivo, mas parecia que a estava sendo tão efetivo quando a qualquer livro de autoajuda.
Fui estudar mais, entrei na faculdade de psicologia e finalmente entendi o que estava acontecendo.
Irmãos à Obra e a Psicologia.
Já viu Imãos a Obra?
São dois irmãos que pegam uma casa caindo aos pedaços e transformam na sua casa dos sonhos.
E algo que eles sempre fazem é procurar mofo atrás das paredes, por quê?
Se eles só pintarem as paredes, elas ficariam bonitas num primeiro momento, mas logo manchariam, além do risco de doenças para os moradores.
Por isso eles primeiro eliminam o mofo para depois reformar e pintar.
E aqui é a principal diferença entre ser Coach e Psicólogo.
Ao utilizar uma ferramenta, é como se o Coach só estivesse ‘pintando a parede’.
Ele não procura algo atrás das paredes e se ele encontrar, não faz ideia do que fazer com aquilo.
Por isso, o comportamento da pessoa até muda, mas logo os problemas voltam e tudo fica como estava ou pior.
(Quem nunca tentou usar uma agenda, para logo depois sentir culpa por não seguir o que planejou e acabar numa situação pior do que antes.)
O objetivo do psicólogo é te ajudar a enxergar qual a causa do seu comportamento, aquele “mofo” escondido atrás da parede e te ensinar a lidar com ele.
“Sua visão se torná clara somente quando você olhar para dentro do seu coração.”
E isso não é algo fácil…
(Tanto que tem MUITO psicólogo ruim por aí, mas isso é assunto para outra news)
Isso me fez enxergar como trabalho de um coach é limitado, mas ainda não foi o motivo que me fez desistir da carreira.
O que deu errado
O que me fez abandonar o coach foi o seguinte:
Ser coach virou moda e promessa de dinheiro rápido, assim muitas pessoas queriam entrar na profissão.
E não existem pré-requisito para se tornar coach e nem para criar formações.
Centenas de cursos foram criados, formando milhares de pessoas despreparadas.
Esses profissionais novos não faziam nenhuma diferença para seus clientes e até pioravam a saúde mental deles.
E com o mercado saturado, as pessoas começaram a prometer cada vez mais para conseguir clientes.
“Quebre suas crenças limitantes e fique milionário em 3 meses.”
“Perca 20 kg em 2 semanas.”
“Cure sua depressão em apenas uma sessão”
“Todo dia um malandro e um bobo saem de casa, quando eles se encontram, um negócio é feito.”
Eu sabia que isso era mentira, mas as outras pessoas não.
Como não fazia essas promessas, não consegui clientes, pois eles iam atrás de quem prometia mais.
O final?
Foi menos de dois anos atuando como Coach.
Fui da certeza do que queria fazer pelo resto da minha, para me sentir perdido e sem saber para aonde ir.
Mas aprendi uma lição extremamente valiosa.
O propósito não é uma profissão, é uma missão.
“Seu chamado não é um destino. É uma viagem que não termina até você morrer.”
Meu propósito não era ser coach, era ajudar as pessoas a conquistarem seus objetivos.
Hoje eu consigo ajudar as pessoas a ajudarem outras pessoas com seus cursos, eventos, produtos e serviços.
Portanto, existem várias formas de você cumprir seu propósito, qualquer que seja ele.
Uma profissão é apenas uma das possibilidades de realizar isso.
Portanto, você pode abandonar um caminho que não te serve mais. Ninguém é obrigado a usar o mesmo sapato a vida toda.
Se uma carreira não fizer mais sentido para você, não se prenda a ela, apenas mude.
Seu propósito é uma viagem, não um local.
Até a próxima.
Alexandre Hinkelmann
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